CEO da PSK Soluções Educacionais e Culturais Mestre em Educação, História, Política, Sociedade; Pós-graduada em Educação Inclusiva e Deficiência Intelectual e Pedagoga pela PUC-SP. A PSK Soluções Educacionais e Culturais foi criada para assessorar escolas e instituições que queiram um resultado de excelência e que queiram realmente fazer a diferença na comunidade em que estão inseridas, se tornando referência positiva nessa realidade. Por meio da assessoria educacional especializada tenho tido a possibilidade de usar toda a minha expertise para identificar os problemas em instituições educacionais e traçar um plano estratégico para resolvê-los, sempre alinhada aos valores e documentos institucionais e à direção dos colégios em que atuo. O objetivo da PSK é melhorar a realidade educacional brasileira, por meio de assessorias para que sejam formadas equipes qualificadas e unidas que atuem de forma diferenciada e façam verdadeiramente a diferença.   A PSK tem o objetivo  de prestar uma assessoria de qualidade para embasar as escolas, identificar os problemas e corrigi-los,  além de formar equipes de liderança para avançarem nos resultados educacionais.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Como lidar com a indisciplina em sala de aula?

A indisciplina ainda é um grande entrave para o desenvolvimento do processo educacional e essa questão influencia diretamente no rendimento dos estudantes, no bem estar do professor e, consequentemente, na atuação dos coordenadores pedagógicos. Também acontece de muitos coordenadores acumularem a função de orientador educacional que tem esse papel mais claro de orientar os alunos e, invariavelmente, precisam realizar intervenções sobre o comportamento dos estudantes.
Claro que o coordenador pedagógico tem um importante papel de conduzir e coordenar toda a escola ou todo o segmento em que atua, dessa forma, as questões relacionais recairão sobre essa função, entretanto, essas intervenções devem ser pontuais apenas depois de todas as tentativas dos professores terem se esgotado.
Existem muitas possibilidades de atuação nesse sentido, mas hoje conversaremos sobre a importância do coordenador pedagógico agir de forma orientativa, colaborativa, calma e com clareza.

Existe um fator que acaba influenciando muito nesse papel de resolução de conflitos exercido pelo coordenador pedagógico, que é o fato do coordenador (consciente ou inconscientemente) não dar a segurança e a orientação necessárias para que os professores tenham autonomia para resolverem as situações que surgem.
O coordenador tem o importante papel de orientar o professor, dar as ferramentas necessárias e forma-lo para que ele faça o melhor trabalho em sala de aula.
Quando o professor busca o coordenador para que converse com um estudante que não está agindo da forma que ele espera e nunca falou sobre ele, o coordenador deve manter a calma, resolver a situação na hora, com tranquilidade, paciência e discernimento e pedir para que voltem à sala de aula.
Posteriormente deve chamar o professor para conversar, entender o que está acontecendo, descobrir há quanto tempo esse comportamento vem se repetindo e, o mais importante, perguntar ao professor quais as estratégias já foram por ele pensadas e utilizadas para que esse comportamento fosse melhorado. É essencial também escutar do estudante quais são os seus sentimentos, dependendo da sua idade ele poderá verbalizar de forma mais ou menos clara e o professor e o coordenador devem ter a sensibilidade para escuta-lo sem brigas e julgamentos, mas sim tentando entender os motivos que estão levando aquele estudante a agir de forma reativa, agressiva ou desobediente.
Então, caro coordenador, certifique-se que você tem essa escuta ativa para o seu professor para que ele possa tê-la com o seu aluno, consequentemente.
Lembre-se que somos exemplo e que certamente inspiramos os professores da nossa equipe.
Depois de levantarem esses dados em conjunto, a família deve ser chamada para uma conversa.
Nesse primeiro momento, mais uma vez, devemos escutar ativamente. Essa primeira reunião com a família ao tratar de um problema de indisciplina deve ser uma conversa diagnóstica em que você, coordenador pedagógico, tentará unir as peças e descobrir os motivos pelos quais o estudante está com aquele comportamento. Lembre-se que, mesmo coisas pequenas, podem ter grande impacto no comportamento das crianças e adolescentes. 
Existe um fator essencial: as estratégias que estão sendo feitas, são elas que darão embasamento para sua conversa com os pais da criança, afinal não adianta você realizar essa reunião se ainda não fez a "sua parte", em nome do colégio, é claro.
Depois de todas essas tentativas esgotadas é hora de pedirmos a ajuda a outros profissionais, em especial, nesse caso, a um psicólogo.
Para essa indicação é preciso ter muito tato com a família, pois ainda existe algum preconceito em relação à terapia.
Inicie a conversa retomando os pontos conversados anteriormente, leve os registros das reunião feitas sobre essa indisciplina que devem sempre ser assinadas pela família ao término de cada reunião, explique as outras estratégias que a escola tem feito, deixe que o professor relate os momentos de angústia da criança e sugira/indique que a família procure um atendimento psicológico.
Nesse momento você deve ter uma coisa em mente: aquela criança precisa de você! Faça todo o possível, como muito carinho, para mostrar a essa família essa necessidade.
Continue acompanhando o caso e tendo esse olhar cuidadoso para esse estudante que está precisando de ajuda!
Também certifique-se de dar todo o apoio para o professor, pois ele está na lida diária e, certamente, está preocupado e sendo afetado diretamente pela situação.
É isso, mantenha a calma e sigamos juntos!
Contem comigo!
Abraços,
Profa. Paola Sotta

A inclusão é obrigatória?


Muitas pessoas me fazem essa pergunta e eu sempre respondo que sim em todos os sentidos.
Com isso quero dizer que ela não é apenas obrigatória no sentido jurídico, contemplada mais recentemente pela Lei Brasileira de Inclusão- além de muitas leis anteriores, mas ela é obrigatória principalmente pela questão ética.
Ora, como vamos escolher nosso estudantes?
Não parece estranho que possamos recusar algum estudante? Por que seria diferente com um estudante com deficiência?
Nessa hora não consigo pensar em uma palavra melhor para solucionar essa dúvida do que empatia.
Empatia é, segundo o dicionário Michaelis, a "habilidade de imaginar-se no lugar de outra pessoa" ou ainda "compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações de outrem"- e é apenas necessário de utilizarmos da empatia para respondermos à essa questão.
Sei que o estudante com deficiência no ensino regular ainda é um desafio em nosso sistema de ensino e mais ainda quando as séries avançam. 
Dúvidas surgirão, incertezas, desafios, mas tudo isso faz parte da missão de uma escola, de professores, diretores, coordenadores pedagógicos.
Algumas pessoas justificam a "recusa" por falta de corpo docente qualificado (leia rapidamente a lei 7.853/89 que já tem 31 anos- será que 31 anos não são suficientes para a formação docente?), justificando que isso "não seria bom para a criança". Vocês já pensaram na crueldade com a família que escuta algo assim?
Famílias que querem apenas o mesmo direito para o seu filho do que qualquer outra criança: que tenha uma educação de qualidade e conviva com outras crianças que, em breve, serão a tal sociedade em que vivemos.
Se privamos as crianças com e sem deficiência desse convívio desde o início, como poderemos ter uma sociedade mais justa e empática?
Além dessas questões precípuas que são, a meu ver, as mais importantes, ainda temos um aparato jurídico que, corretamente defende essa população. 
Constituição Federal, Lei 7.853/89, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Estatuto da Criança e do Adolescente e, a mais recente, Lei Brasileira de Inclusão são algumas das leis que defendem o direito à educação das crianças com deficiência no sistema regular de ensino.
E você, como pode contribuir?
Existem diversas maneiras, a primeira é nunca pensar em recusar um estudante com deficiência. Em seguida é preciso se formar, se atualizar para receber adequadamente todos os estudantes.
Outro fator decisivo é incentivar a sua equipe, seus colegas de trabalho a pesquisarem, se informarem e se formarem para a inclusão e tenha uma certeza: as práticas apreendidas para os alunos com deficiência, contribuirão para todos os estudantes. Troque sempre os seus aprendizados! 
Além disso tudo, podemos e devemos formar uma parceria bem bacana com a família da criança com deficiência e com os profissionais que a atendem, afinal todos falarem a mesma língua é essencial e, o mais importante, aprendemos sempre uns com os outros!
Então, mãos à obra que a inclusão é obrigatória sim- e é maravilhosa também!
Abraços
Profa. Paola Sotta